Em outubro de 2023, a Unesco lançou o Conselho Empresarial para Inteligência Artificial, uma iniciativa pioneira que busca alinhar o desenvolvimento e o uso da inteligência artificial (IA) com princípios éticos globais.
Com foco não apenas na troca de experiências e facilitação da colaboração entre empresas de diferentes setores que estão à frente dos desenvolvimentos e do uso da IA, mas também na promoção da conscientização e geração de conhecimento sobre o impacto ético da IA, o Conselho busca disseminar as melhores práticas do setor privado sobre a ética da IA, estabelecendo um benchmark para a indústria.
Na última reunião do Conselho, ocorrida no Fórum Global para Ética na Inteligência Artificial organizado pela Unesco neste mês de fevereiro de 2024 na Eslovênia, representantes de gigantes tecnológicas como Microsoft, Google, LG, Mastercard e Telefônica reforçaram seus compromissos com os dilemas éticos do desenvolvimento e do uso da IA. O evento serviu como plataforma para essas empresas demonstrarem publicamente as medidas que estão tomando para abordar os desafios éticos associados à IA.
Curiosamente cada empresa tem adotado estratégias distintas para mitigar os riscos associados à IA. No entanto, apesar desses esforços, a concorrência no mercado dinâmico da IA muitas vezes impede a criação de uma estrutura de governança compartilhada entre as empresas. Isso destaca a importância de iniciativas como o Conselho Empresarial para Inteligência Artificial, que pode facilitar o diálogo e a colaboração em questões éticas.
Um ponto que tem sido menos discutido é o uso sustentável da IA. A sustentabilidade energética, por exemplo, é um tema crítico, considerando o enorme consumo de energia necessário para treinar modelos de IA de última geração. Além disso, o desenvolvimento social, incluindo questões de equidade e inclusão, ainda precisa ser mais integralmente considerado nas estratégias das empresas de tecnologia.
Iniciativas como o Conselho são vitais para garantir que a IA seja desenvolvida e utilizada de maneira que respeite os direitos humanos, promova a inclusão e contribua para um desenvolvimento sustentável.
Gustavo Carlos Macedo, Meio&Mensagem, 21/02/2024
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